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Campus do Pici
Departamento de Zootecnia
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Fax : (085) 287.4722

Responsável
Prof. Dr. Arlindo A. A. Moura
E-mail: amoura@ufc.br

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

O Manejo

O manejo de um rebanho caracteriza-se por um conjunto de atividades que visa o aumento da produtividade e a criação de animais de adequado padrão genético e adaptados às condições do semi-árido.

A Fazenda Experimental Vale do Curu (FEVC) possui 810 ha, com 110 ha sistematizados para irrigação e áreas com diversas plantas forrageiras (capim elefante, leucena, capim colonião e sorgo).

Objetivos

- Desenvolver um conjunto de práticas de manejo alimentar, reprodutivo e sanitário que constitua um Modelo Sustentável de Sistema de Produção de Leite para perímetros irrigados no semi-árido do Nordeste.
- Servir de suporte para o desenvolvimento de pesquisas nas diversas áreas relacionadas com o setor de produção de leite.
- Atuar como centro gerador de tecnologia para o setor de pecuária de leite.

Os animais são manejados e alimentados de acordo com a categoria a qual pertencem. Os animais recém-nascidos. permanecem com a mãe durante as primeiras 24 horas, tendo o cuidado de verificar se os bezerros mamaram quantidades suficientes de colostro no período de 6 horas após o parto.

Após este período de 24 horas, os animais são separados da vaca e colocados em abrigos individuais e recebem um esquema de alimentação diferenciado até o desmame.

Do nascimento até o desaleitamento, os bezerros são alimentados com leite, feno de leucena ou capim elefante, concentrado e água. Até os 5 dias de idade é fornecido colostro/leite à vontade.

- 5 aos 14 dias: 4 a 6 litros de leite /dia, divididos entre manhã e tarde.
-14-28 dias: 4 litros de leite / dia, divididos entre manhã e tarde.
-28 aos 56-70 dias: 4 litros de leite /dia, fornecidos de uma só vez.

O desaleitamento é realizado entre 56-70 dias de vida, em função do consumo de concentrado (>800g/dia), ganho de peso, condição corporal (>= 3). Após o desmame, os animais são colocados em piquetes ou lotes de acordo com a idade e/ou peso vivo.

Do desmame aos 6 meses de vida: os animais são alimentados com feno de leucena e/ou capim elefante à vontade e até 3 kg de concentrado.

Dos 6 meses-1 ano de idade: os animais têm acesso à pastagem nativa no período das chuvas e piquetes de capim colonião irrigado. Dependendo das condições das pastagens, podem ser suplementados com mistura múltipla (minerais, uréia, soja, milho e sal comum) ou até 1-2kg de concentrado/dia, objetivando um ganho de peso acima de 500 g/dia.

As novilhas são mantidas em pastagem nativa na época das chuvas e nos piquetes de capim colonião irrigado até atingirem 350 kg de peso vivo, fase em que estão aptas para a reprodução. Em função das condições das pastagens, é fornecido um mistura múltipla nos próprios piquetes e /ou 1-2 kg de concentrado p/dia.

As vacas secas e novilhas gestantes ficam em pastagem natural no período das chuvas e recebem suplementação mineral. As fêmeas gestantes são suplementadas com feno de capim elefante e concentrado a partir dos 30 dias antes do parto, com o objetivo de atingir adequada condição corporal (3,5-4,0) ao parto.

As vacas em lactação são alimentadas com capim elefante verde e/ou silagem de capim elefante, sorgo ou milho. A quantidade de concentrado é fornecida de acordo com a produção. A composição do volumoso é avaliada periodicamente e a dieta das vacas é ajustada em função do peso vivo, condição corporal e produção de leite.

O Manejo Reprodutivo

As novilhas são inseminadas quando tiverem 350 kg de peso vivo e escore corporal mínimo de 3,5. Fêmeas que repetirem cio por 3 vezes após o serviço são submetidas a exame reprodutivo e caso necessário, descartadas do rebanho. As vacas são submetidas a exame reprodutivo na fase de pós-parto afim de avaliar o processo de involução uterina e estrutura dos ovários. A detecção de prenhez é realizada entre 50 e 60 dias após o serviço, através de toque retal ou ultra-som. O programa de melhoramento genético do rebanho baseia-se na utilização de sêmen de touros com testes de progênie

O Manejo Sanitário

Antes da ordenha, as tetas da vaca são lavadas com água corrente e enxugadas com papel toalha e os primeiros jatos de leite de cada teta serão dispensados na caneca com fundo preto para detecção de sintomas de mamite. Após a ordenha, cada teta é imersa numa solução à base de iodo e glicerina. Após a secagem, as vacas são tratadas com antibiótico (via intra-mamária) de longa ação. O California Mastitis Test (CMT) é realizado mensalmente para detecção de mastite sub-clínica.

Abaixo o calendário de atividades anualizado do rebanho da FEVC

Vacinas:

- Raiva Bovina
- Febre Aftosa
- Brucelose
- IBR - Rinotraqueíte Infecciosa Bovina
- BVD - Diarréia Viral Bovina
- Leptospirose

Exames:

- Parasitológico de Fezes: Mai/Out
- Teste de Brucelose: Jul/Dez
- Tuberculinização: Jun/Dez

Os procedimentos acima descritos foram elaborados de forma resumida, no intuito de expor com clareza as atividades que são realizadas na FEVC (Fazenda Experimental Vale do Curu). No entanto inúmeras variáveis e implicações práticas precisam ser consideradas com o objetivo de se adotar um sistema de manejo eficiente para bovinos de leite. Qualquer dúvida, sugestões ou questionamentos, entre em contato conosco.

Atenciosamente,

Arlindo Alencar Araripe N. Moura, PhD.
Professor Adjunto IV - Universidade Federal do Ceará
E-mail: amoura@ufc.br

David Ramos da Rocha
Aluno de Graduação em Zootecnia - Universidade Federal do Ceará
E-mail: david@ruralnet.com.br

Conteúdo © 2002 Setor de Bovinos de Leite
Responsável: David R. Rocha